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TCE-AM une ciência e controle público em nova Revista Científica

Com artigos sobre tecnologia, governança e sustentabilidade, a publicação consolida o Tribunal como referência nacional na produção científica sobre o controle externo e marca a nova fase da Corte em seu 75º aniversário.

O Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) deu um passo além da fiscalização tradicional e reafirmou sua vocação como instituição de conhecimento público ao lançar, nesta quarta-feira (5), o primeiro volume da Revista Científica TCE-AM 2025.

O evento, realizado no auditório da Corte, em Manaus, reuniu pesquisadores, conselheiros, membros do Ministério Público de Contas, gestores e servidores públicos — numa celebração que alia ciência, transparência e transformação institucional.

A iniciativa integra as comemorações pelos 75 anos do TCE-AM e projeta a Corte amazonense para o debate nacional sobre inovação, sustentabilidade e controle social.

Mais do que uma publicação técnica, a revista consolida o Tribunal como um espaço de produção e difusão do pensamento crítico sobre a administração pública e o papel das instituições na Amazônia.

A Amazônia como campo de reflexão institucional

Enquanto parte da imprensa destacou apenas o lançamento e os números — 12 artigos selecionados entre 38 submetidos —, o Valor Amazônico mergulha no diferencial desta edição: o reposicionamento do TCE-AM como protagonista intelectual da governança amazônica.

Sob coordenação do vice-presidente Fabian Barbosa, a revista vem se consolidando como uma plataforma acadêmica reconhecida por seu rigor metodológico — com avaliação double-blind review — e pela abertura a autores de todo o país.

Mas, acima de tudo, o novo volume representa uma virada conceitual: a Corte de Contas da Amazônia não apenas audita números, ela agora propõe ideias, modelos e práticas capazes de influenciar políticas públicas e fortalecer o desenvolvimento sustentável da região.

“A revista científica do Tribunal se apresenta como um repositório de ideias e experiências, servindo não apenas aos gestores e técnicos, mas, sobretudo, aos cidadãos, destinatários do serviço público. É um instrumento de inovação e de compromisso com a excelência”, afirmou a conselheira-presidente Yara Amazônia Lins.

Conhecimento como instrumento de fiscalização e transformação

Entre os destaques da edição está o artigo vencedor do 2º Concurso de Artigos Científicos do TCE-AM, intitulado “Controle Externo e Floresta em Pé: o Tribunal de Contas do Amazonas como Agente Transformador da Sustentabilidade na Amazônia”, assinado por Izaura Rodrigues Nascimento, Carolina Postigo Silva e Hillary Vitória Brasil Gomes.

A pesquisa discute como os tribunais de contas podem atuar de forma proativa na proteção ambiental, incorporando a variável climática e de biodiversidade na análise das contas públicas — um tema que ganha urgência diante da crise climática global e da aproximação da COP30, em Belém.

Outros artigos abordam uso de tecnologia na administração pública, inteligência artificial em auditorias e novos paradigmas de gestão e transparência, consolidando o TCE-AM como referência nacional em inovação institucional.

“Converter a revista em um manancial de conhecimento e pesquisa foi uma decisão natural. Acredito na educação como instrumento de transformação”, destacou Fabian Barbosa, ao celebrar o alcance da publicação e o engajamento crescente de servidores e pesquisadores.

Cultura científica na administração pública

A cerimônia também contou com a palestra do procurador-geral do Ministério Público de Contas da Paraíba, Marcílio Toscano França Filho, que abordou o tema “O Patrimônio Histórico como Patrimônio Público: Tribunais de Contas e Meio Ambiente Cultural”.

A discussão evidenciou um ponto essencial: o papel das cortes de contas não se restringe à gestão fiscal, mas se estende à preservação do patrimônio histórico, ambiental e cultural como dimensões do interesse público.

Esse viés acadêmico reflete um movimento crescente entre os tribunais brasileiros, mas o TCE-AM é um dos poucos que o faz com recorte amazônico — transformando o território em laboratório de reflexão sobre governança, floresta, tecnologia e cidadania.

Inovação, Amazônia e o futuro do controle

A Revista Científica 2025 não é apenas um produto institucional. É um sinal de maturidade de um tribunal que compreendeu que o controle externo precisa dialogar com a sociedade, com a academia e com os desafios do século XXI.

Em um cenário onde a Amazônia é pauta global e o conhecimento técnico é cada vez mais determinante para a formulação de políticas públicas, o TCE-AM posiciona-se como instituição capaz de unir saberes locais e pensamento científico de ponta.

“O Tribunal de Contas do Amazonas não quer apenas fiscalizar o passado, mas ajudar a desenhar o futuro da boa gestão pública na Amazônia”, resumiu um dos organizadores do evento.

Com isso, o Tribunal amazonense confirma sua dupla vocação: ser guardião das contas públicas e catalisador de conhecimento para o desenvolvimento sustentável da região.

Fotos: Foto: Joel Arthus

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