DESTAQUEECONOMIA

Potássio Brasil se une a UEA para elaboração do plano de desenvolvimento de Autazes

Acordo entre universidade e empresa prevê a criação do Plano de Desenvolvimento de Autazes, conciliando inovação, governança e preservação ambiental em meio a debates sobre mineração na Amazônia

A Potássio do Brasil, subsidiária da canadense Brazil Potash, e a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) anunciaram a celebração de uma parceria estratégica para a elaboração do Plano de Desenvolvimento de Autazes (PDA), iniciativa que busca integrar ciência, economia e sustentabilidade na gestão territorial do município de Autazes, a 120 quilômetros de Manaus.

O Termo de Referência (TR) que formaliza o compromisso foi assinado pelo presidente da Potássio do Brasil, Raphael Bloise, e pelo reitor da UEA, professor doutor André Zogahib, na Reitoria da universidade.

A proposta visa construir um modelo de desenvolvimento sustentável e participativo, alinhando setor produtivo, poder público e academia na formulação de políticas de longo prazo para o município.

Presidente da Potássio do Brasil, Raphael Bloise (E) e reitor da UEA, professor doutor André Zogahib (D)

Ciência e economia a serviço do território

O Plano de Desenvolvimento de Autazes será um instrumento estratégico de planejamento que pretende garantir que os benefícios econômicos da mineração resultem em melhorias reais para a população local, com ênfase em educação, saúde, infraestrutura e governança ambiental.

“A assinatura deste Termo de Referência com a UEA é um marco para o Projeto Potássio Autazes. Acreditamos que o desenvolvimento sustentável de Autazes passa pela união entre a capacidade técnica da empresa e o conhecimento profundo da realidade local que a Universidade possui. Nosso objetivo não é apenas minerar, mas catalisar a melhoria da qualidade de vida e o fortalecimento da governança municipal”, afirmou Raphael Bloise, presidente da Potássio do Brasil.

Mineração estratégica e soberania alimentar

O Projeto Potássio Autazes é considerado de interesse estratégico nacional por buscar reduzir a dependência brasileira de fertilizantes importados — hoje estimada em cerca de 85% da demanda.

A previsão é que o empreendimento produza 2,4 milhões de toneladas anuais de cloreto de potássio, o que representaria 20% do consumo interno, com investimentos estimados em R$ 13 bilhões e mais de 10 mil empregos diretos e indiretos.

Para o reitor da UEA, André Zogahib, o acordo representa um modelo inédito de integração entre universidade e setor produtivo na Amazônia.

“A iniciativa vai muito além da mineração. Ela propõe um processo de revitalização sustentável, que une ciência, tecnologia e inclusão social, com foco na melhoria da qualidade de vida e no respeito à diversidade cultural e ambiental”, destacou.

Entre promessas e controvérsias ambientais

Apesar do potencial econômico e social, o projeto continua sob intenso debate.

Lideranças do povo Mura e organizações ambientais apontam falta de consulta prévia, livre e informada, conforme previsto na Convenção 169 da OIT, além de possíveis riscos de contaminação de aquíferos e impactos sobre a fauna e a flora local.

A Potássio do Brasil afirma que o projeto conta com mais de 30 programas socioambientais, entre eles o Plano Bem Viver Mura, desenvolvido com o Conselho Indígena Mura (CIM), voltado à proteção territorial, geração de renda e valorização cultural das comunidades indígenas.

Planejamento sustentável e governança local

A parceria com a UEA surge como tentativa de institucionalizar práticas de monitoramento e transparência, garantindo que as decisões sobre o futuro do município sejam baseadas em dados científicos e participação social.

O Plano de Desenvolvimento de Autazes também prevê indicadores para acompanhar impactos econômicos, sociais e ambientais, buscando consolidar Autazes como um referencial amazônico de mineração responsável e economia verde.

Equilíbrio entre progresso e preservação

Entre promessas de prosperidade e alertas ambientais, o desafio está em transformar o desenvolvimento econômico em benefício coletivo, respeitando a complexidade social e ecológica da Amazônia.

A união entre Potássio do Brasil e UEA representa um passo nessa direção — uma tentativa de conciliar o progresso com o direito dos povos e a integridade dos ecossistemas amazônicos.

Potássio Autazes em números

📍 Investimento total estimado: R$ 13 bilhões

⚒️ Capacidade de produção: 2,4 milhões de toneladas/ano

📈 Demanda nacional atendida: 20%

👷🏽 Empregos diretos: 2.600 | Indiretos: 8.000

🌱 Programas socioambientais: +30 (educação, saneamento, capacitação e inclusão indígena)

💧 Principais preocupações: aquíferos e impactos em áreas de floresta e comunidades Mura

🏛️ Fiscalização: Ipaam, Funai, MME e MPF

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pular para o conteúdo