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Manaus, cidade de águas e coragem

No coração da floresta, uma cidade pulsa entre rios e resistências — viva, cabocla e amazônida por essência

Por Dora Tupinambá

Manaus nasceu do encontro de dois rios que se recusaram a se misturar — e talvez por isso tenha aprendido desde cedo a ser única.
Não há no mundo outra cidade que saiba transformar o calor em energia, a chuva em bênção e a floresta em morada de tantos sonhos.

Hoje, Manaus faz aniversário, e quem nasceu ou se criou aqui sabe: esta cidade não é apenas um lugar no mapa — é uma força viva, que se move entre o cheiro do tucumã, o batuque do beiradão e o vento que sopra do Rio Negro.

Sou filha da terra firme e da beira d’água. Cabocla de alma, mulher amazônida que aprendeu que o verbo “resistir” nasce junto com o sol que acorda a cidade.
Manaus é assim: nasce, renasce, e quando o mundo duvida, ela floresce.

Uma cidade que não se curva

Entre pontes e igarapés, mercados e mirantes, Manaus segue sendo teimosa — não se curva diante do tempo.
Cresce entre concreto e mata, equilibrando modernidade e ancestralidade com a mesma graça de quem dança toada.

Tem no rosto o suor de quem trabalha e no coração a fé de quem acredita.
É feita de gente simples e forte — industriários, garis, ribeirinhos, professores, artistas, guardiões do meio ambiente — que todos os dias escrevem, com as próprias mãos, a história da cidade das águas.

Manaus que nos move

Hoje, mais do que celebrar, é tempo de agradecer.
Agradecer à cidade que acolhe, que ensina e que inspira.
À Manaus que luta e se reinventa. Que enfrenta cheia, seca, crise e desafio — e ainda assim segue linda, firme, pulsando.

Manaus é a lembrança da minha vó Lália indo à feira do Adolpho Lisboa, é o cheiro de peixe fresco no ar, é o grito do vendedor na esquina, é a canoa que atravessa o rio com esperança e vida.

É onde o passado e o futuro se encontram, de mãos dadas, dizendo: “Eu sou da Amazônia, e aqui o tempo tem cheiro de floresta e gosto de pertencimento.”

Viva Manaus, cidade de todos nós

Parabéns, Manaus!
Que teus rios sigam limpos, tuas árvores cresçam fortes, e teu povo nunca perca o brilho no olhar.
Porque cada amanhecer sobre o Rio Negro é uma promessa de recomeço — e nós, filhos e filhas desta terra, sabemos:
enquanto houver Manaus, haverá coragem, esperança e amor.

(*) Jornalista, fundadora do Valor Amazônico

Fotos: Arquivo

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