COMÉRCIOECONOMIA

Comércio varejista do Amazonas recua 0,3% em agosto e mantém ritmo moderado de vendas

Leve retração nas vendas e perda de fôlego no acumulado do ano indicam desaceleração do consumo no Estado, segundo o IBGE

O comércio varejista do Amazonas registrou uma variação negativa de -0,3% em agosto, repetindo o desempenho do mês anterior e revelando um ritmo moderado de vendas na reta final do terceiro trimestre de 2025.
Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada nesta quarta-feira (15/10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Enquanto a média nacional apresentou leve alta de 0,2%, o Amazonas segue abaixo do desempenho brasileiro, com oscilações mensais e perda gradual de fôlego. Na comparação com agosto de 2024, a variação foi de -0,1%, confirmando o segundo resultado negativo consecutivo na análise interanual.

Desaceleração se mantém pelo segundo mês seguido

Em agosto, o volume de vendas do comércio varejista amazonense recuou pelo segundo mês consecutivo (-0,3%), sinalizando um cenário de cautela no consumo.
De acordo com o IBGE, o resultado confirma a alta volatilidade observada desde o início do ano — com picos de crescimento em fevereiro (4,0%) e quedas expressivas em março (-5,6%) — sem tendência de recuperação estável.

Os estados com melhor desempenho em agosto foram Rio Grande do Norte (2,6%), Maranhão (2,5%) e Paraíba (1,9%). Ao todo, 11 unidades da federação registraram variações negativas, incluindo o Amazonas.

Varejo amazonense recua na comparação anual

Em relação a agosto de 2024, o comércio do Amazonas apresentou retração de -0,1%, consolidando a segunda queda anual consecutiva — após -0,3% em julho.
Segundo a série histórica da PMC, o setor mostra perda de dinamismo após um ciclo de forte crescimento no segundo semestre de 2024, quando chegou a avançar 8,2% em novembro e 7,7% em fevereiro deste ano.

“Os indicadores mostram um comércio ainda positivo no acumulado, mas sem o mesmo impulso observado no início de 2025. A inflação controlada, combinada a um crédito mais seletivo, tem limitado o consumo das famílias”, avalia o economista e consultor de mercado Carlos Navarro, ouvido pelo Valor Amazônico.

Acumulado do ano mantém crescimento tímido

No acumulado de janeiro a agosto, o varejo amazonense cresceu 1,6% em relação ao mesmo período de 2024.
Apesar de permanecer em terreno positivo, o ritmo vem caindo mês a mês: 5,5% em fevereiro, 2,9% em março, 2,2% em maio e 1,8% em julho. O Amazonas ocupa apenas a 17ª posição nacional, com desempenho inferior à média das demais regiões.

Os estados com melhores resultados acumulados no ano foram Amapá (7,1%), Santa Catarina (6,0%) e Paraíba (5,5%).

Desempenho em 12 meses ainda positivo, mas em queda

No indicador de longo prazo, o volume de vendas acumulado em 12 meses cresceu 2,8% em agosto, abaixo dos picos registrados em novembro de 2024 (5,1%) e fevereiro de 2025 (4,9%).
A desaceleração gradual sugere que o varejo amazonense atravessa um período de acomodação após o impulso da retomada econômica pós-pandemia.

Mesmo com crescimento acima da média de parte da Região Norte, o Amazonas segue distante dos estados que mais avançaram no período — Amapá (8,3%), Paraíba (7,5%) e Alagoas (5,6%).

Perspectivas para o fim do ano

A média móvel trimestral de agosto ficou em -0,1%, levemente abaixo da média nacional (0,0%) e inferior à taxa do mês anterior (0,0%).
A tendência é que o setor encerre 2025 em estabilidade, sustentado pelo comércio essencial e pelas vendas de fim de ano, mas sem grande expansão no varejo ampliado.

“O consumo está mais racional e concentrado em bens de necessidade. Segmentos como eletroeletrônicos e bens duráveis ainda sentem os efeitos do crédito restrito e da incerteza econômica”, complementa Navarro.

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