Trilha Amazônia Atlântica será lançada na COP30 e promete novo marco no turismo de natureza do Pará
Com 460 km de extensão, trajeto vai conectar comunidades, unidades de conservação e experiências de turismo sustentável em um dos maiores corredores ecológicos da América Latina.
O Pará vai sediar, durante a COP30, o lançamento oficial da Trilha Amazônia Atlântica, considerada a maior trilha de longo curso da América do Sul. Com cerca de 460 quilômetros, o percurso atravessará áreas de floresta, rios e zonas costeiras, unindo comunidades tradicionais, reservas extrativistas e cidades com vocação ecológica e cultural.
O projeto é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o governo do Pará. A trilha faz parte da Rede Brasileira de Trilhas de Longo Curso, iniciativa que busca integrar conservação ambiental, geração de renda e valorização do turismo de base comunitária.

Conexão entre floresta e mar
A Trilha Amazônia Atlântica começa na região do Mosaico de Conservação da Bragantina, no nordeste do Pará, e segue em direção à reserva marinha de Caeté-Taperaçu, em Bragança, passando por manguezais, florestas de várzea e comunidades pesqueiras. O percurso deve consolidar uma nova rota para quem busca turismo de natureza, observação de aves, gastronomia tradicional e experiências culturais.
A proposta é criar um corredor sustentável que estimule pequenos empreendedores locais, valorize o conhecimento tradicional e fortaleça o sentimento de pertencimento ambiental entre moradores e visitantes.
“É um projeto que une conservação e oportunidade. A Amazônia pode se afirmar também como destino de turismo de natureza e conhecimento, e não apenas de exploração”, destacou um dos coordenadores do ICMBio durante as reuniões preparatórias para a COP30.

Renda, preservação e protagonismo comunitário
Além do impacto ambiental positivo, a trilha deve movimentar a economia de base local. Guias turísticos, cozinheiras, barqueiros e artesãos serão capacitados por meio de parcerias com o SEBRAE, UFPA e prefeituras municipais. A expectativa é que o projeto gere novas cadeias de renda sustentável e fortaleça o turismo de experiência como alternativa econômica para as populações amazônicas.
Para o governo estadual, a trilha simboliza um novo capítulo do ecoturismo amazônico, que ganha visibilidade internacional justamente quando Belém se prepara para receber, em 2025, a Conferência das Nações Unidas sobre o Clima (COP30) — evento que colocará o Pará e toda a Amazônia no centro das discussões sobre o futuro do planeta.