DESTAQUEEDITORIAL

Redução do Imposto de Renda e o avanço da justiça social no Brasil

Ampliação da faixa de isenção beneficia milhões de brasileiros e fortalece a lógica de que quem pode mais deve contribuir mais

A aprovação, pela Câmara dos Deputados, do projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais é mais do que uma mudança na tabela. É uma afirmação política e social de que o Estado brasileiro busca corrigir distorções históricas, aliviando os trabalhadores e a classe média, que durante décadas carregaram uma carga tributária desproporcional.

Com a nova regra, mais de 16 milhões de contribuintes deixam de pagar imposto ou passam a ter descontos significativos, já que quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7.350 terá reduções proporcionais no valor devido. Em contrapartida, as maiores rendas contribuirão com um imposto mínimo de até 10%, reforçando o princípio da progressividade tributária: quem ganha mais deve pagar mais.

O peso da justiça social

Trata-se de uma decisão que vai além da técnica fiscal. É um passo político na direção da justiça social, porque reconhece que, no Brasil, os impostos indiretos — aqueles embutidos em bens e serviços — já pesam demais no bolso do trabalhador comum. Ao aliviar a cobrança direta sobre salários, o governo devolve dignidade e poder de compra para milhões de famílias, ao mesmo tempo em que preserva o equilíbrio das contas públicas com a taxação das faixas mais altas de renda.

Essa mudança não é um favor, mas uma correção de rumos. Por muito tempo, as famílias de renda média e baixa sustentaram, com sacrifício, uma estrutura tributária regressiva e desigual. Ao inverter a lógica, o Estado brasileiro reafirma que não se constrói um país justo sobre os ombros de quem menos pode.

Economia com rosto humano

O impacto da medida não se restringe à folha de pagamento. Estima-se que bilhões de reais retornem à economia via consumo, fortalecendo o comércio local, estimulando pequenas empresas e gerando empregos. Esse efeito multiplicador demonstra que, quando o povo respira, a economia inteira ganha fôlego.

Mais do que números, trata-se de devolver esperança a famílias que vivem pressionadas pelo alto custo de vida. A isenção do IR para até R$ 5 mil representa, para muitos, a diferença entre comprometer o salário com o imposto ou investir em alimentação, educação e saúde.

Um pacto de responsabilidade

Ao estabelecer um imposto mínimo para os mais ricos, o governo sinaliza claramente que a justiça tributária é um pacto de responsabilidade. Não se trata de penalizar quem acumula renda, mas de garantir que todos contribuam de acordo com sua capacidade. Essa redistribuição não enfraquece a economia — ao contrário, a torna mais equilibrada e sustentável.

O projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda é um marco na luta por um sistema tributário mais justo e progressivo. Ele reafirma o compromisso do Estado com os trabalhadores, ao mesmo tempo em que convoca os mais privilegiados a assumirem sua parte na construção de um Brasil menos desigual.

A redução do IR, neste momento histórico, deve ser compreendida não apenas como alívio no bolso de milhões, mas como um gesto político de fortalecimento da cidadania e da justiça social.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pular para o conteúdo