Lula propõe conselho climático na ONU e cobra compromisso global
Presidente defende criação de órgão para monitorar metas ambientais e anuncia Fundo Florestas Tropicais para Sempre durante discurso de abertura da Assembleia Geral
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu a 80ª Assembleia Geral da ONU, nesta terça-feira (23/9), com um discurso voltado ao enfrentamento da crise climática e à necessidade de fortalecimento do multilateralismo. Lula propôs a criação de um Conselho de Ação Climática, vinculado à Assembleia Geral, com poder para monitorar os compromissos assumidos pelos países na redução de emissões de gases do efeito estufa.
Lula reforçou que as mudanças do clima devem ocupar o centro da agenda internacional e alertou que as nações precisam abandonar promessas vazias:
“Bombas e armas nucleares não vão nos proteger da crise climática. O ano de 2024 foi o mais quente já registrado. A COP30, em Belém, será a COP da verdade. Será o momento de os líderes mundiais provarem a seriedade de seu compromisso com o planeta.”
O Brasil, segundo ele, já definiu metas ambiciosas: reduzir entre 59% e 67% das emissões até 2035, enquanto cobra de outros países a apresentação de suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs). Até agora, apenas 29 nações apresentaram suas metas, de acordo com o Itamaraty.
Amazônia e COP30 em Belém
O presidente ressaltou que a COP30, marcada para novembro de 2026, será a oportunidade para mostrar ao mundo a realidade da Amazônia e consolidar acordos efetivos.
“O Brasil já reduziu pela metade o desmatamento da Amazônia nos últimos dois anos. Em Belém, o mundo vai conhecer de perto o esforço do nosso país para manter a floresta em pé”, afirmou.
Fundo Florestas Tropicais para Sempre
Lula anunciou ainda a criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre, iniciativa brasileira que pretende remunerar países que preservam suas florestas como forma de combater as mudanças climáticas.
Segundo o presidente, o fundo busca promover o desenvolvimento sustentável e equilibrar responsabilidades entre nações desenvolvidas e em desenvolvimento.
Modernização da ONU
Ao propor o novo conselho, Lula também defendeu a necessidade de modernização das estruturas multilaterais, destacando que apenas a cooperação internacional será capaz de enfrentar a emergência climática.
“Sem metas claras, caminharemos de olhos vendados para o abismo”, concluiu.
Da Redação com informações de Agências de Notícias