CULTURA & IDENTIDADE AMAZÔNICADESTAQUE

Amazônia Live celebra a floresta com arte, ancestralidade e ativismo climático

Festival internacional transforma Belém em palco da cultura amazônica e reforça o protagonismo dos povos da floresta às vésperas da COP30

Nesta quarta-feira (17/9), Belém do Pará será o epicentro de um encontro inédito entre arte e preservação ambiental. O Amazônia Live – Hoje e Sempre, promovido pelos criadores do The Town e do Rock in Rio com patrocínio da Vale, reunirá grandes artistas nacionais e internacionais para celebrar a diversidade amazônica e chamar atenção do mundo para a urgência da crise climática — às vésperas da COP30, que acontecerá na capital paraense em novembro.

Mais que um festival, o evento se apresenta como um manifesto vivo em defesa da floresta e de seus povos. Em tempos de avanço do desmatamento, queimadas e ameaças aos direitos dos povos originários, o Amazônia Live pretende devolver visibilidade a quem carrega há séculos o saber da conservação e da convivência com o território.

O público acompanhará um espetáculo sobre as águas do rio Guamá, com um palco flutuante em forma de vitória-régia, símbolo da resistência e da beleza amazônica. Entre as atrações, nomes consagrados como Mariah Carey, ao lado de expoentes da música paraense e amazônica como Dona Onete, Joelma, Gaby Amarantos e Zaynara, celebrando a força feminina da região.

Já no dia 20 de setembro, o Estádio Mangueirão receberá gratuitamente o show “Grande Encontro Por Um Mundo Melhor”, com Ivete Sangalo à frente de um line-up que inclui Viviane Batidão, Lambateria Baile Show e Lia Sophia. Um convite para que a Amazônia seja ouvida — não como um cenário exótico, mas como um território vivo, com cultura, gente e futuro.

Cultura, legado e o direito de existir na floresta

O Amazônia Live nasce com o compromisso de deixar um legado. Um edital de R$ 2 milhões será lançado para apoiar projetos de bioeconomia, cultura tradicional e preservação ambiental, priorizando iniciativas desenvolvidas por comunidades ribeirinhas, quilombolas, indígenas e agroextrativistas do entorno de Belém. Entre as ações previstas estão sistemas agroflorestais, meliponicultura e cadeias produtivas conduzidas por mulheres da floresta.

Um documentário também está em produção para registrar os bastidores do festival e, sobretudo, dar visibilidade àqueles que vivem da floresta e por ela resistem, destacando a contribuição dos povos originários e tradicionais como guardiões da biodiversidade e do conhecimento ancestral da Amazônia.

Um palco para a floresta falar por si

Mais que entreter, o Amazônia Live busca provocar. Em um momento em que os efeitos da crise climática já transformam a vida de milhões de pessoas na região, o festival surge como um gesto de reparação simbólica: ouvir quem cuida da floresta, valorizar suas culturas e garantir que possam continuar existindo.

Se a Amazônia é essencial para o equilíbrio do planeta, seus povos também precisam estar no centro das decisões que definirão o futuro da Terra.

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