Turismo cultural e comunitário fortalece economia sustentável na Amazônia
Experiências que unem floresta, cultura e protagonismo comunitário atraem visitantes e redesenham a economia de cidades e vilas amazônicas
O turismo na Amazônia vive um processo de transformação e reposicionamento. Em cidades como Parintins, conhecida mundialmente pelo Festival Folclórico, e Alter do Chão, no Pará, cresce a busca por experiências autênticas que unem floresta, rios e tradições culturais. Mais do que lazer, esses territórios começam a se consolidar como símbolos de um modelo econômico que alia geração de renda, preservação ambiental e valorização das comunidades locais.
Relatório recente da Fundação Amazônia Sustentável (FAS) aponta que o turismo de base comunitária (TBC) já movimenta mais de R$ 1,5 milhão por ano, beneficiando diretamente cerca de 2 mil famílias. Nessas iniciativas, o diferencial está no protagonismo dos moradores, que conduzem toda a experiência turística: hospedam visitantes em suas casas, organizam passeios de canoa, promovem vivências gastronômicas e ensinam técnicas de artesanato, transformando saberes tradicionais em oportunidades de trabalho digno.
Exemplos emblemáticos vêm da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Rio Negro e da comunidade Três Unidos, em Novo Airão. Lá, roteiros incluem trilhas na floresta, banhos de rio, redários, práticas culturais indígenas e até arquearia tradicional. Mulheres lideram restaurantes comunitários e jovens participam como guias ambientais, reforçando o elo entre turismo, identidade cultural e empoderamento social.

Manaus prepara terreno para expansão
Na capital amazonense, a revitalização da Lagoa da Compensa, a valorização do Centro Histórico e a promoção de grandes eventos já apontam para o fortalecimento do setor. A proximidade da COP30, em Belém, coloca Manaus em posição estratégica como porta de entrada para a Amazônia, impulsionando investimentos em infraestrutura e novos roteiros que evidenciam o patrimônio natural e cultural da cidade.

Desenvolvimento sustentável com identidade amazônica
O crescimento do turismo cultural e comunitário mostra que é possível desenhar um novo modelo de desenvolvimento para a região. Um modelo que respeita a floresta, gera renda com inclusão social e reafirma a identidade amazônica diante do Brasil e do mundo. Transformar a Amazônia em destino de vivências únicas significa abrir caminhos para uma economia mais sustentável, onde cada visitante leva consigo a experiência da floresta viva e da cultura que resiste e se reinventa.