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Acre lidera inovação no Norte e aposta em economia sustentável

Estado se destaca no Índice de Inovação 2025 e atrai investimentos em tecnologia, startups e bioeconomia

O Acre, historicamente lembrado por sua luta ambiental e pela força de seus movimentos sociais, agora ganha projeção nacional em outro campo: a inovação. De acordo com o Índice de Inovação 2025, o estado foi o que mais cresceu na Região Norte em iniciativas voltadas à tecnologia, empreendedorismo e economia verde.

Esse avanço coloca o Acre em posição estratégica, não apenas como guardião da floresta, mas como laboratório de soluções sustentáveis para o Brasil e para o mundo.

A transformação se dá em múltiplas frentes. Programas estaduais vêm incentivando startups de base tecnológica, aceleradoras e incubadoras que apostam em soluções digitais para áreas como educação, saúde e logística. Ao mesmo tempo, há investimentos crescentes em bioeconomia: projetos que utilizam de forma sustentável a biodiversidade local, desde a cadeia da borracha e da castanha até a produção de cosméticos e fármacos a partir de insumos amazônicos.

O diferencial do Acre é justamente a aposta em um modelo que alia conservação ambiental e inovação econômica. Essa equação permite ao estado atrair recursos federais e internacionais, posicionando-se como polo de referência em serviços ambientais e cadeias de baixo carbono.

Oportunidades para jovens e comunidades

A expansão do ecossistema de inovação cria oportunidades diretas para jovens empreendedores que, cada vez mais, encontram no Acre espaço para desenvolver ideias e transformá-las em negócios sustentáveis. Universidades locais e centros de pesquisa também ampliam parcerias com o setor produtivo, integrando estudantes e pesquisadores a cadeias inovadoras.

Comunidades extrativistas e povos tradicionais, por sua vez, começam a ser incorporados às novas cadeias de valor. O manejo de recursos naturais, antes restrito a mercados locais, ganha espaço em redes maiores de comercialização, fortalecendo cooperativas e gerando renda de forma sustentável.

Serviços ambientais como ativo econômico

Outro ponto crucial é o fortalecimento do Sistema de Incentivos a Serviços Ambientais (Sisa), pioneiro no Brasil. O programa, criado ainda em 2010, consolidou-se como ferramenta para remunerar comunidades e produtores que preservam a floresta, e agora é integrado às novas estratégias de inovação e bioeconomia. Esse modelo transformou o Acre em vitrine internacional, atraindo fundos climáticos e parcerias com organismos multilaterais.

Desafios no caminho

Apesar dos avanços, especialistas alertam para a necessidade de consolidar infraestrutura tecnológica — como conectividade e acesso digital em áreas remotas — e garantir políticas públicas de longo prazo, para que os projetos não fiquem vulneráveis a mudanças de governo. Outro desafio é ampliar a formação técnica e científica, de modo que a juventude acreana possa ocupar com protagonismo os novos espaços de inovação.

Uma nova narrativa para a Amazônia

O crescimento do Acre em inovação sinaliza uma mudança de paradigma: a Amazônia não é apenas espaço de conservação, mas também de criação, tecnologia e futuro econômico sustentável. O estado, que já foi referência mundial no debate ambiental, agora ensaia assumir protagonismo também no campo da inovação, mostrando que preservar e crescer podem andar juntos.

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