CULTURADESTAQUE

Festival de Cirandas de Manacapuru celebra tradição e identidade amazônica

Flor Matizada, Guerreiros Mura e Tradicional disputam o coração da plateia em três noites de espetáculo no Parque do Ingá

De 29 a 31 de agosto, Manacapuru, a 68 km de Manaus, se tornará o centro das atenções culturais do Amazonas com a 27ª edição do Festival de Cirandas. Realizado no Parque do Ingá, o evento deve reunir mais de 50 mil pessoas em uma arena vibrante onde dança, música, alegorias e narrativas amazônicas se unem em um espetáculo que mistura arte e identidade.

A ciranda, manifestação típica do interior amazonense, nasceu das rodas comunitárias e ganhou força até se tornar um grande espetáculo competitivo, comparado em emoção e grandiosidade ao Festival de Parintins. Cada uma das três agremiações de Manacapuru — Flor Matizada, Guerreiros Mura e Tradicional — mobiliza bairros inteiros, gera emprego, fortalece a economia local e, sobretudo, reafirma o orgulho cultural da cidade.

Flor Matizada: delicadeza e poesia em movimento

A Flor Matizada é reconhecida por sua estética vibrante e delicada. Suas apresentações valorizam a poesia visual, com coreografias que misturam romantismo, lirismo e cores intensas. É a ciranda que mais aposta na beleza plástica das alegorias e no impacto visual para emocionar o público. Neste ano, a expectativa é de que a Flor Matizada reforce sua marca de encantamento com uma performance inspirada em elementos da natureza e na força feminina da Amazônia.

Guerreiros Mura: a voz de resistência dos povos da floresta

A Guerreiros Mura carrega no próprio nome o peso da ancestralidade indígena. Suas apresentações se destacam pela crítica social e pela narrativa política, com forte apelo socioambiental. Em 2025, a ciranda levará ao palco 54 casais de cirandeiros em uma coreografia que denuncia as ameaças à floresta e reafirma a luta dos povos originários. É a ciranda que transforma a arena em manifesto, unindo arte e resistência.

Tradicional: raízes populares e energia contagiante

A Tradicional é considerada a guardiã das origens da ciranda em Manacapuru. Seu estilo valoriza o ritmo mais próximo das rodas comunitárias que deram origem ao festival. Conhecida por envolver o público com energia contagiante, aposta em coreografias vibrantes e músicas que exaltam o cotidiano amazônico. Este ano, a expectativa é de que a Tradicional traga à arena um espetáculo marcado pela força popular e pela reafirmação de sua identidade histórica.

Mais que festa, um patrimônio coletivo

Durante os três dias de festival, Manacapuru se transforma. Hotéis, restaurantes e espaços públicos ficam lotados, a cidade se enche de turistas e a economia local é aquecida. A Prefeitura reforçou a segurança com viaturas equipadas com câmeras inteligentes do Sistema Paredão, garantindo monitoramento em tempo real.

Mais do que entretenimento, a ciranda é patrimônio cultural do Amazonas. Para os manacapurenses, é o ponto alto do calendário anual, quando a cidade inteira pulsa ao som da batida da ciranda e reafirma sua identidade amazônica.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pular para o conteúdo