Tumbira inaugura primeira usina solar com baterias de sódio do Brasil
Tecnologia pioneira leva energia limpa e confiável a comunidade ribeirinha no Rio Negro e abre caminho para novas soluções sustentáveis
A comunidade ribeirinha de Tumbira, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Negro, no Amazonas, tornou-se palco de um marco histórico para a transição energética brasileira. Nesta semana, foi inaugurada a primeira usina solar do país equipada com baterias de sódio — tecnologia inovadora que promete maior durabilidade, menor impacto ambiental e custo reduzido em comparação às tradicionais baterias de lítio.
O sistema, fruto de uma parceria entre a UCB Power e a Fundação Amazônia Sustentável (FAS), reúne 20 painéis fotovoltaicos com capacidade total de 7,5 kWp e 16 baterias de sódio capazes de armazenar 38,4 kWh. A estrutura garante fornecimento contínuo de eletricidade para 43 famílias, mesmo durante a noite ou em dias nublados — uma conquista fundamental para uma localidade sem conexão à rede elétrica.
“A energia limpa não é apenas uma questão de tecnologia, mas de dignidade. Ela garante que crianças estudem à noite, que alimentos sejam preservados e que a saúde tenha suporte adequado”, afirmou Leonardo Lins do Carmo, diretor de Marketing e Desenvolvimento de Negócios da UCB Power.
Mais que energia: impacto social e ambiental
Além de reduzir a dependência de combustíveis fósseis, a iniciativa amplia oportunidades de educação, empreendedorismo e conectividade. Com energia estável, a comunidade poderá fortalecer projetos do Núcleo de Inovação e Educação para o Desenvolvimento Sustentável (Nieds) Agnello Bittencourt, além de melhorar a conservação de alimentos e medicamentos.
Do ponto de vista ambiental, o sódio se apresenta como alternativa estratégica ao lítio por ser abundante, ter custo inferior, oferecer maior estabilidade térmica em regiões quentes como a Amazônia e permitir reciclagem mais simples. Especialistas consideram a tecnologia um passo importante para a democratização da geração solar em áreas isoladas.
Um modelo para o futuro
A experiência de Tumbira poderá servir como referência para outras comunidades ribeirinhas e localidades afastadas da rede elétrica nacional. Para a FAS, trata-se de um exemplo concreto de como a união entre ciência, inovação e compromisso social pode transformar realidades na Amazônia. O projeto reforça que a transição energética na região não é apenas viável, mas necessária — e que soluções sustentáveis podem nascer no coração da floresta para inspirar todo o Brasil.
Foto: Divulgação/FAS