Manaus enfrenta suspensão prolongada no abastecimento de água após manutenção emergencial
Mais de 300 bairros seguem com fornecimento irregular; retorno completo pode levar até 48 horas
Manaus amanheceu nesta terça-feira (29/7) com abastecimento de água suspenso em mais de 300 bairros, devido a uma manutenção emergencial no Complexo de Produção de Água Ponta do Ismael, na zona Oeste da cidade. A intervenção, realizada pela concessionária Águas de Manaus, começou às 5h e tinha previsão inicial de normalização gradual a partir do fim da tarde.
No entanto, por se tratar de um serviço de grande porte, o restabelecimento total pode levar até 48 horas, especialmente em bairros mais elevados ou distantes da estação de tratamento. A concessionária informa que equipes estão mobilizadas para agilizar o reabastecimento e que carros-pipa foram direcionados a hospitais e unidades básicas de saúde, considerados prioritários.
Moradores de diversas zonas relatam falta de água desde as primeiras horas do dia, com dificuldades para tarefas básicas como preparo de alimentos e higiene doméstica. Em bairros periféricos, onde o armazenamento de água é limitado, os impactos são ainda mais severos.
A Ageman (Agência Reguladora dos Serviços Públicos de Manaus) acompanha a situação e notificou a concessionária para apresentar um relatório detalhado sobre a manutenção e o plano de normalização. Segundo o órgão, é essencial que a população seja informada com clareza e antecedência sempre que houver interrupções de grande impacto.
Embora manutenções preventivas sejam necessárias para garantir a qualidade do serviço, a frequência e a extensão das interrupções no abastecimento têm gerado preocupação entre os moradores. Em períodos de temperaturas elevadas e baixa umidade do ar — como o que Manaus atravessa nesta época do ano —, a falta de água aumenta o risco de doenças, agrava a vulnerabilidade social e afeta o funcionamento de escolas, comércios e serviços essenciais.
A crise reforça a necessidade de investimentos robustos na infraestrutura hídrica da capital, além de melhorias na comunicação com a população sobre manutenções programadas ou emergenciais. Para uma cidade do porte de Manaus, é inadmissível que centenas de bairros fiquem horas — ou até dias — sem acesso a um bem tão básico quanto a água potável.
O episódio expõe, mais uma vez, que a eficiência na gestão do abastecimento e a transparência com a sociedade precisam caminhar juntas para garantir que serviços essenciais não sejam interrompidos de forma tão impactante para a vida da população.