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Projeto coletivo garante geração de renda e fortalece produção indígena em Roraima

Com apoio técnico especializado, a comunidade Jabuti colhe milho com alta produtividade e conquista autonomia no interior de Estado

A comunidade indígena Jabuti, em Bonfim (RR), iniciou nesta semana a colheita de milho verde com resultados que comprovam o sucesso de um modelo produtivo baseado na organização comunitária e na assistência técnica continuada. Em apenas 70 dias após o plantio, iniciado em maio, as 100 famílias envolvidas comemoram a primeira grande safra, colhendo cerca de 900 sacas de milho verde em 100 hectares distribuídos em 10 polos de produção.

Mais do que alimento, a colheita representa autonomia e geração de renda. Parte da produção será destinada ao Programa Mesa Brasil, do Sesc-RR, e a comercialização deve gerar aproximadamente R$ 160 mil em renda direta para os produtores locais. Além do milho verde, a comunidade planeja beneficiar e vender grãos secos, em sacas de 50 kg avaliadas em cerca de R$ 80.

O diferencial do projeto está na combinação de saberes tradicionais com conhecimento técnico. Desde 2020, o Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Iater) acompanha a comunidade, oferecendo preparo de solo, capacitação e maquinário.

“Nosso objetivo é ensinar as técnicas corretas para que essas famílias possam produzir com eficiência e independência, mesmo em solos mais desafiadores, como o do lavrado”, explica o engenheiro agrônomo Wanderson Silva Farias, responsável técnico pelo projeto.

Morador da comunidade, o agricultor Bruno Souza relata o impacto direto da iniciativa.

“Aprendemos a manejar o solo, a plantar na época certa e a operar as máquinas. Hoje vemos o resultado em emprego, renda e alimento para nossas famílias”, afirma. O presidente da associação local, Fernando Luiz Jaco Júnior, reforça que a evolução é fruto do trabalho conjunto. “Começamos com 30 hectares e agora já são 100. Conseguimos crescer e caminhar com nossas próprias pernas”, comemora.

O presidente do Iater, Marcelo Pereira, destaca que a maior conquista é a autonomia adquirida pelos produtores.

“Mais do que a produção de milho, o mais importante é o conhecimento que fica. Eles aprenderam a operar as máquinas, manejar o solo e aplicar adubação correta. Isso garante que a produção continue crescendo”, afirma.

A experiência da comunidade Jabuti simboliza como a união comunitária e a assistência técnica podem transformar realidades, fortalecer a agricultura indígena e gerar oportunidades sustentáveis para o interior de Roraima.

Fotos: Divulgação/cooperativa

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