Amazônia registra nova alta no desmatamento em junho e expõe fragilidade do Brasil às vésperas da COP30
Desmatamento dispara às vésperas da conferência climática em Belém e acende alerta sobre compromissos ambientais do país. Perda foi maior que Nova York
O desmatamento na Amazônia brasileira voltou a crescer em junho de 2025, segundo dados do Instituo Nacional de Pesquisas Espaciais (sistema Deter), que apontam alta no acumulado do semestre em relação a 2024. No total, a floresta já perdeu mais de 2.090 km² de cobertura apenas nos seis primeiros meses do ano, um aumento de cerca de 27% sobre o mesmo período anterior.
Embora junho tenha mantido o ritmo de destruição elevado, maio se consolidou como o mês mais alarmante, com 960 km² devastados, 92% a mais que em maio de 2024 e a segunda pior marca da série histórica.
Os números reforçam a preocupação com a credibilidade do Brasil às vésperas da COP30, que será realizada em novembro, em Belém. Para especialistas, a falta de resultados concretos na redução da devastação pode gerar desgaste internacional, comprometer negociações climáticas e até afastar investimentos de países e empresas comprometidos com metas ambientais.
Lideranças indígenas, ambientalistas e estudiosos da bioeconomia defendem que a Amazônia seja tratada como um ativo estratégico para o desenvolvimento sustentável do país. Eles cobram ações firmes de combate aos crimes ambientais e políticas de incentivo a modelos produtivos que mantenham a floresta em pé, garantindo renda e cidadania para quem vive na região.
Com a conferência se aproximando, cresce a pressão para que o Brasil apresente soluções efetivas e mostre ao mundo que é possível conciliar crescimento econômico, preservação da biodiversidade e valorização das comunidades tradicionais. A COP30 é vista como uma oportunidade única para transformar compromissos em resultados reais, capazes de reposicionar a Amazônia como símbolo de sustentabilidade e inovação.
Da redação do Valor Amazônico
Fotos: EBC