Corpo de Preta Gil segue nos Estados Unidos enquanto Brasil aguarda despedida da artista
Família organiza repatriação da cantora, que sempre defendeu diversidade e causas ambientais, enquanto admiradores preparam homenagens em todo o país
O Brasil ainda aguarda o momento de se despedir oficialmente da cantora Preta Gil, que faleceu no último domingo (20/7), aos 50 anos, em Nova York, nos Estados Unidos. A família confirmou que o corpo segue em solo americano, onde a artista realizava tratamento experimental contra o câncer intestinal. O traslado para o Brasil está em curso, seguindo trâmites legais e sanitários internacionais, mas ainda sem previsão de chegada.
Filha do cantor e ex-ministro da Cultura Gilberto Gil, Preta era muito mais que uma figura pop. Ela foi símbolo de resistência e voz ativa em pautas como igualdade racial, direitos LGBTQIA+ e também em causas socioambientais. Durante sua trajetória, defendeu a Amazônia como patrimônio global e apoiou projetos de proteção dos povos indígenas em diferentes ocasiões. Ao lado da família Gil, participou de ações em prol da cultura afro-brasileira e sempre demonstrou respeito pela força dos territórios amazônicos como espaços de diversidade e preservação.
Velório será no Rio e sepultamento na Bahia
Segundo comunicado divulgado por Gilberto Gil, a família está cuidando de todos os procedimentos burocráticos exigidos para o translado internacional, incluindo a documentação oficial, certificação sanitária e autorização do consulado brasileiro. O velório será realizado no Rio de Janeiro, cidade onde Preta construiu sua vida artística, reunindo amigos, fãs e personalidades. O sepultamento, por desejo da cantora, será em Salvador, capital da Bahia, onde estão suas raízes familiares.
Repercussão mobiliza Brasil e mundo
Desde o anúncio da morte, a repercussão tem sido enorme, tanto no Brasil quanto no exterior. O presidente Lula e a ministra da Cultura, Margareth Menezes, manifestaram profundo pesar, assim como artistas de todas as gerações. Em Portugal, França, Espanha e Índia, veículos de imprensa destacaram o legado de Preta Gil como mulher negra que enfrentou preconceitos e abriu caminhos para novas gerações.
O ativismo da cantora também foi lembrado. Ela participou de campanhas em defesa dos direitos das mulheres, apoiou ações contra o desmatamento na Amazônia e frequentemente se posicionava em defesa da preservação dos recursos naturais do Brasil. Em entrevistas, Preta declarava sua preocupação com o avanço do desmatamento e a necessidade de proteger a floresta como um compromisso coletivo da sociedade brasileira.
Um legado de coragem e afeto
A família ainda não divulgou a data oficial do velório, que depende da conclusão dos trâmites de repatriação. Enquanto isso, movimentos culturais, blocos carnavalescos e organizações ligadas aos direitos civis planejam atos em memória da artista, tanto no Rio quanto em Salvador. Nas redes sociais, fãs expressam saudade, destacando o carisma, a autenticidade e a bravura de Preta Gil, que nunca se calou diante de injustiças.
A partida de Preta Gil deixa uma lacuna na música e no ativismo cultural brasileiro, mas seu legado segue vivo. Assim como sua defesa incondicional pelas minorias, sua voz seguirá ecoando também em defesa da Amazônia, território ao qual sempre reverenciou como símbolo de resistência, vida e esperança para o futuro do planeta.