Zona Franca de Manaus não sente efeito das tarifas dos EUA e setor produtivo mantém otimismo
Indústria amazonense confirma impacto mínimo da medida americana, enquanto governo estadual reforça foco no mercado interno
A decisão dos Estados Unidos de aplicar uma tarifa de 50% sobre determinados produtos brasileiros, a partir de agosto, não deve gerar impactos relevantes na economia da Zona Franca de Manaus (ZFM). Essa é a avaliação predominante entre autoridades do Amazonas e lideranças do setor produtivo local, que classificam a medida como de efeito “inexpressivo” para a indústria do Polo Industrial da capital amazonense.
De acordo com dados da Secretaria de Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), as exportações para os Estados Unidos representam menos de 0,15% do faturamento total da Zona Franca. “A maior parte da nossa produção é voltada para o mercado nacional. O volume de vendas para os Estados Unidos é insignificante para a nossa economia local”, afirmou o secretário da Sedecti, Serafim Corrêa.
Entre os produtos fabricados em Manaus — como eletroeletrônicos, motocicletas, bicicletas e componentes de informática —, a ampla maioria abastece diretamente o mercado interno brasileiro. Segundo informações da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), o foco da ZFM continua sendo o fortalecimento da cadeia produtiva nacional, reduzindo a dependência de exportações.
Medida preocupa outros setores do Brasil
Enquanto o Amazonas mantém estabilidade, outros setores brasileiros expressam preocupação com os efeitos da tarifa americana. Setores como aeronáutica, máquinas, produtos agroindustriais e eletrodomésticos podem sofrer impacto direto, considerando a alta participação das exportações para o mercado norte-americano.
O governo federal, por sua vez, já iniciou tratativas diplomáticas para reverter ou minimizar os efeitos da medida antes do início de sua vigência, previsto para 1º de agosto. A expectativa é que haja avanço nas negociações com os Estados Unidos nas próximas semanas.
No Amazonas, o sentimento é de tranquilidade. O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Antonio Silva, ressaltou que a medida não altera a rotina produtiva local. “Seguiremos trabalhando focados no mercado interno e atentos a novas oportunidades de diversificação, mas essa tarifa americana não afeta nosso dia a dia”, declarou.
Zona Franca segue em ritmo de expansão
Mesmo diante do cenário internacional de disputa comercial, a Zona Franca de Manaus mantém números positivos. O faturamento do polo industrial nos primeiros meses de 2025 superou R$ 70 bilhões, segundo a Suframa, com crescimento de setores como duas rodas, eletroeletrônicos e bebidas.
Com previsão de novos investimentos ainda neste semestre, a indústria manauara reafirma sua vocação como motor econômico do Amazonas, blindada de oscilações externas pontuais.
Da Redação