Cheia dos rios no Amazonas afeta mais de meio milhão de pessoas e coloca 40 municípios em emergência
Rio Negro atinge 29,02 metros em Manaus e entra em fase de inundação severa, segundo alerta da Defesa Civil
O estado do Amazonas enfrenta uma das maiores cheias dos últimos anos. De acordo com a Defesa Civil, mais de 525 mil pessoas já foram afetadas direta ou indiretamente pela subida dos rios em todo o estado. Ao todo, 40 municípios decretaram situação de emergência, enquanto outros 18 estão em alerta.
Em Manaus, o Rio Negro atingiu a marca de 29,02 metros na última segunda-feira (1/7), ultrapassando a cota de inundação severa, que é caracterizada quando o nível do rio ultrapassa os 29 metros. A capital, que tradicionalmente registra as maiores cheias entre os meses de maio e julho, monitora o avanço das águas e já registra pontos de alagamento em áreas ribeirinhas e comunidades periféricas.
A cheia também afeta o calendário escolar. Segundo a Secretaria Municipal de Educação (Semed), ao menos 444 alunos foram remanejados para aulas remotas devido à interdição de escolas em áreas alagadas. Equipes da prefeitura estão monitorando a situação e prestando suporte às famílias atingidas.
Além do Rio Negro, outros grandes rios da bacia amazônica também apresentam níveis elevados. A Defesa Civil Estadual aponta que as nove calhas hidrográficas do Amazonas estão em estado de atenção, incluindo os rios Solimões, Madeira, Juruá e Purus.
A situação é monitorada em tempo real pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM), que emitiu boletins com projeções de estabilidade do nível do rio nas próximas semanas, mas alerta que o cenário ainda exige prudência e ações emergenciais.
Em paralelo, a Defesa Civil reforçou o atendimento às famílias atingidas com doações de cestas básicas, kits de higiene, água potável e materiais de primeira necessidade. As equipes também orientam sobre rotas seguras e abrigos temporários em áreas elevadas.
Segundo especialistas, a cheia de 2025 não deve ultrapassar o recorde histórico de 2021, quando o Rio Negro alcançou 30,02 metros em Manaus. Ainda assim, a situação atual é considerada crítica e acende um alerta sobre os impactos das mudanças climáticas e da ocupação desordenada de áreas vulneráveis no entorno da floresta.
A Defesa Civil mantém o número 199 para emergências e atualizações de boletins. A recomendação é que moradores de áreas de risco busquem orientação nas unidades locais de atendimento ou centros comunitários organizados pelas prefeituras.
Da Redação