Educar para transformar: Prefeitura de Manaus leva consciência ambiental às escolas e comunidades
Ações da Semulsp mostram que o futuro da cidade começa com pequenas escolhas no presente — e que sustentabilidade também se aprende na sala de aula, no quintal e no coração da Amazônia
Em Manaus, a educação ambiental não está restrita a cartilhas ou murais de escola. Ela chega viva, interativa e presente nos pátios das instituições de ensino, nas igrejas, nos corredores das empresas e nos espaços comunitários onde o dia a dia pulsa. À frente dessa jornada de conscientização está a Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp), que percorre todas as zonas da capital com um programa contínuo de educação ambiental — uma frente que vai muito além da coleta e da varrição.
Nesta quarta-feira (2/7), a equipe da Semulsp levou seu trabalho para a Escola Estadual Professora Ana Lúcia de Moraes Costa e Silva, na Colônia Terra Nova, zona Norte. Alunos do ensino fundamental participaram de atividades práticas sobre o ciclo do lixo, aprenderam a fazer a separação correta dos resíduos e entenderam como o descarte irregular afeta diretamente os igarapés, as ruas e a saúde da população.
Mas o que diferencia esse programa de tantas outras iniciativas é a forma com que ele conecta o cotidiano ao cuidado com a cidade. Apresentações com personagens como os Garis da Alegria transformam o assunto em algo acessível e divertido, enquanto campanhas como a arrecadação de garrafas PET mostram na prática como o lixo pode virar recurso — seja para a própria escola, seja para projetos sociais e ambientais.
“Não basta limpar. É preciso evitar que a cidade volte a sujar. E isso só se consegue com diálogo, com informação e com consciência coletiva”, reforça o secretário Sabá Reis, que há anos conduz a Semulsp com o propósito de unir a ação prática à formação cidadã. Segundo ele, a orientação do prefeito David Almeida é clara: educar é parte essencial da política pública de limpeza urbana.
Em tempos de mudanças climáticas, alagamentos mais intensos e crescimento urbano acelerado, iniciativas como essa ganham ainda mais relevância. A Semulsp trabalha não só na contenção dos impactos, mas na formação de uma cultura sustentável em uma das cidades mais estratégicas do mundo: a capital da Amazônia.
Um dos destaques do programa é a integração entre reciclagem e bem-estar animal. Parte das garrafas arrecadadas pelas escolas e comunidades são destinadas a projetos como o Espaço PET, a Lagoa da Compensa e o Lago Edinho Mendes, onde vivem cães, gatos, aves e peixes sob cuidados da secretaria. O resíduo reciclável vira alimento, cuidados e dignidade para esses animais, ampliando o impacto ambiental para o social.
Para Miriam Silva, coordenadora da Comissão Especial de Divulgação da Política de Limpeza Pública (Cedolp), o programa só funciona porque parte do princípio da escuta. “A gente não chega com receita pronta. Cada território tem sua linguagem, seu desafio. A conscientização vem do encontro entre saberes — do gari ao estudante, do morador à gestão”, afirma.
Enquanto isso, o projeto segue avançando por outras escolas, comunidades e instituições da capital, com a meta de alcançar ainda mais pessoas em áreas vulneráveis ao descarte irregular e aos efeitos das chuvas. Porque em Manaus, terra de rios e florestas, falar sobre lixo é falar sobre saúde, cidadania e pertencimento.
E quando uma criança aprende que uma garrafa pode alimentar um peixe ou melhorar sua própria escola, a semente da transformação está lançada — e ela é verde.
Fotos: Ascom/Semulsp