Lula defende pacto com Amazonas para concluir BR-319, ligando Manaus a Porto Velho
Presidente ressaltou importância de acordo entre os governos federal e estadual para concluir a rodovia, crucial para a integração regional e o desenvolvimento econômico, mas envolta em desafios ambientais
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve no município de Manaquiri, a 158 km de Manaus, nesta terça-feira (10/9), onde defendeu a criação de um “pacto” entre o governo federal e o estado do Amazonas para a conclusão da BR-319, rodovia que conecta Manaus a Porto Velho (RO). A estrada é considerada crucial para a integração da região e o desenvolvimento econômico, mas enfrenta desafios ambientais e jurídicos.
Durante a visita, Lula enfatizou a necessidade de garantir que a conclusão da BR-319 não resulte em desmatamento ou ocupações irregulares na área da Floresta Amazônica. “Nós vamos pactuar com o estado e a Federação, assegurando que não permitiremos desmatamento ou grilagem de terra próxima à rodovia”, declarou o presidente, dirigindo-se ao governador Wilson Lima e aos senadores do Amazonas presentes no evento.
Visita às áreas afetadas pela seca extrema
Além de tratar da BR-319, Lula também visitou comunidades atingidas pela seca e pelas queimadas, que têm causado grandes prejuízos à região. Ele prometeu apoio federal às populações locais, com o envio de filtros de água e a realização de obras de dragagem para restaurar a navegabilidade dos rios, afetados pela estiagem severa.

Lula reconheceu a importância estratégica da BR-319, especialmente diante da queda da navegabilidade do Rio Madeira, que historicamente servia como principal via de transporte entre Manaus e Porto Velho. “Não podemos deixar duas capitais isoladas. Vamos fazer isso com responsabilidade, buscando uma parceria verdadeira”, afirmou o presidente, ressaltando a urgência de uma solução equilibrada para o impasse.
Controvérsia ambiental e judicial
A conclusão da BR-319 esbarra na polêmica em torno do “trecho do meio”, que atravessa uma área sensível da Floresta Amazônica. Ambientalistas alertam que a pavimentação desse trecho, com cerca de 400 km, pode impulsionar o desmatamento na região. A obra está suspensa por uma decisão judicial, que exige garantias ambientais para avançar. Recentemente, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) manteve a suspensão, rejeitando um pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) para liberar a pavimentação.
O debate sobre o impacto ambiental da rodovia é recorrente, e Lula destacou que a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, não é a responsável por impedir a obra, como algumas críticas sugerem. Segundo ele, o projeto deve avançar com responsabilidade e diálogo entre todas as partes envolvidas.